É possível manter um relacionamento saudável com não-vegano(a)s?
Vegetarianismo

É possível manter um relacionamento saudável com não-vegano(a)s?


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Antes de qualquer coisa, gostaria de deixar claro que não estou aqui para ditar regras, e sim para dar a minha opinião baseada em experiências pessoais.

Primeiramente, é importante ressaltar que:

Sejamos sinceros, ninguém é vegano pelo planeta, para reduzir as emissões de CO2 e CH4, pela água, por saúde... Veganismo é uma postura ética relacionada ao repúdio à violência com animais. Ponto final. Dessa forma, veganismo não é dieta. Vegetarianismo é dieta. Veganismo não. Veganismo vai muito além de dieta.

Relacionamentos entre pessoas com estilos de vida divergentes podem ser muito complicados, principalmente para a pessoa que é vegana e namora uma comedora de carne, afinal isso não envolve uma mera questão de gosto pessoal, mas de ética. Para quem é vegano, violência contra animais é algo inadmissível e intolerável. Dessa forma, conviver com uma pessoa insensível às questões animais, e que compactua e pratica essa violência diariamente, pode ser bastante difícil. Como li uma vez na Revista dos Vegetarianos, há um abismo ético entre um vegano e um não-vegano, o que torna a convivência bastante complicada.

Poderia uma feminista se relacionar com um machista? Poderia uma pessoa que luta contra homofobia se relacionar com um homofóbico? É desse abismo ético que estou falando.

Ao contrário do que muitos carnistas pensam, ser vegano não é questão de escolha pessoal. Há certas escolhas, como gostar de filme de terror ou comédia, rock ou MPB, roupa branca ou preta, que são preferências pessoais inofensivas. Já praticar/financiar exploração de animais vai muito além de uma mera questão de preferência pessoal. Envolve violência, agressão, escravidão, tortura e algo a meu ver muito grave: a insensibilidade a tudo isso.

Importante lembrar que se uma pessoa vegana se relacionar com uma não-vegana, ela terá de aceitar e conviver com a crueldade de animais o tempo todo. Essas situações incômodas, pra não dizer insuportáveis, não serão esporádicas, como ir ao zoológico ou contratar um carroceiro para recolher entulho, por exemplo, que é algo que se ocorrer, será uma vez no ano e olhe lá. Será muito pior que isso. O não-vegano irá usar roupas com couro todo dia, irá fazer supermercado com você, irá encher a sua geladeira com produtos animais, irá comprar cosméticos testados em animais e contendo ingredientes animais, irá almoçar e jantar com você... e você terá de suportar tudo isso TODO DIA, o tempo todo!

Poderia então uma pessoa que se sente indignada com a violência contra os animais conviver com outra totalmente insensível?

Minha opinião: muito difícil. A não ser que...

Existem dois tipos de não veganos: os carnistas debochados e a pessoa que come carne por hábito, porque todo mundo faz, mas apesar de ser sensível às questões animais, nunca parou para pensar em porcos, bois, frangos, peixes, etc.

O primeiro tipo é caso perdido. Relacionem-se com esse tipo de gente por sua própria conta e risco!

O segundo tipo... esse pode ser que valha a pena.

Nós nascemos numa sociedade que nos ensina desde pequenos a sermos machistas, racistas, homofóbicos, insensíveis ao sofrimento de certos tipos de animais e uma porção de outras coisas nada sensatas. Dessa forma, muitas pessoas com enorme potencial de se tornarem pessoas melhores praticam atos condenáveis apenas por terem sido criadas dessa forma e nunca terem parado para pensar nesses assuntos. Mas essas pessoas, caso encontrem alguém que as ajude a se libertar desses pensamentos que regem a nossa sociedade atual, podem sim se tornar excelentes companheiras.

O importante é perceber se a pessoa tem mesmo potencial. Caso ela tenha, não perca tempo. Não espere a pessoa evoluir sozinha, no "tempo dela", afinal os animais que são massacrados a cada segundo não podem esperar mais. Seguir junto o caminho rumo ao veganismo é maravilhoso. Ponha todo o seu potencial de ativista em ação e a ajude a modificar os hábitos, mas sempre com bom senso e sem pressões (pode ser contraprodutivo).

Mas se após algum tempo você perceber que estava enganada(o) e a pessoa não se mostrar interessada em parar de explorar animais... prepare-se para uma vida tendo de ver a sua/seu companheiro explorando animais na sua frente. Pergunte-se como será o futuro, se vê problemas em conviver com uma pessoa que tem uma visão oposta da sua. Explique o motivo do veganismo ser tão importante para você (através de fotos, vídeos, documentários...), converse sobre quais serão os produtos que entrarão em casa, na geladeira, na frigideira e quais restaurantes poderão frequentar. Se você tolera e tem esperanças que a pessoa evolua, ótimo. Se não vê uma luz no fim do túnel, talvez seja a hora de dar um game over.

Esse tipo de situação infelizmente é comum. Às vezes vemos uma pessoa que adotou um cão abandonado ou que trabalha como voluntário em canis e pensamos "taí alguém interessante com potencial". Vale a pena investir nessas pessoas? Certamente vale (meu caso!), mas nem sempre a pessoa tem mesmo potencial. Quase todo vegano é "cachorreiro ou gateiro", mas nem todo "cachorreiro" é um vegano em potencial.


Obs: Sou vegetariana desde muito nova e todos os meus namorados comiam carne. O meu namorado hoje é vegano, mas no início do namoro era frequentador assíduo de churrascarias e comia carne de vitela quase toda semana, muitas vezes logo após resgatar cães de rua. Mostrei a incoerência em tratar cães de uma forma e porcos de outra. Assistimos meia hora de Terráqueos e A Carne é Fraca juntos e ele ficou sem argumentos para explicar a crueldade a qual estava financiando.



E você, mantém um relacionamento saudável com um não vegano? Tem dicas de como lidar?

Recentemente foi lançado um site para solteiros em busca de um@ namorad@ veg! Já conhecem o site de relacionamento Namoro Veg?



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