Vegetarianismo
Quero parar de comer carne. O que fazer?
Abolir o consumo de carne da alimentação diária não é uma tarefa simples e exige cuidados para que esta seja uma escolha saudável. Por motivos religiosos, preocupação com os animais, ideologia ou até mesmo para garantir uma alimentação benéfica ao organismo, o vegetarianismo tem sido cada vez mais considerado uma opção viável à dieta alimentar, um novo estilo de vida. Não existem dados precisos sobre o número de adeptos no Brasil, mas segundo pesquisa sobre hábitos alimentares realizada pelo grupo Ipsos 28% das pessoas “têm procurado comer menos carne”.
“O aumento do número de restaurantes especializados, de produtos destinados aos vegetarianos e até de visitantes em nosso site sinalizam que o interesse pelo assunto é crescente”, afirma Marly Winckler, presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira.
Especialistas consultados, sustentam que a ingestão de carne, desde que moderada, não acarreta problemas para a saúde. Quem decidir riscar o produto do cardápio, porém, deve atentar para a substituição adequada dos nutrientes abundantes na carne vermelha, frango e peixe. “O primeiro passo é buscar a orientação médica para compor um cardápio alimentar que supra todas as necessidades antes preenchidas pelos alimentos de origem animal”, explica Dan Linetzky Waitzberg, professor de gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e nutrólogo do Hospital Santa Catarina.
Quem não busca orientação tem mais chances de sofrer as consequências de uma dieta pobre. “Os vegetarianos devem ter maior atenção no que diz respeito à ingestão de vitamina B12, cálcio, zinco e ferro”, lembra a nutricionista Juliana Ruas, do Hospital Sírio-Libanês. “Se a pessoa não tiver a alimentação adequada, pode ter anemia ferropriva (deficiência de ferro), anemia perniciosa (deficiência da B12) e desnutrição protéica, já que não consegue consumir todos os aminoácidos essenciais”, completa a nutricionista Michele Trindade, do Instituto de Metabolismo e Nutrição (Imen).
As recomendações se tornam ainda mais específicas e relevantes em determinadas fases da vida. “Pela própria fisiologia do envelhecimento, os idosos têm uma redução da capacidade de digestão e absorção dos alimentos”, explica Waitzberg. “Então, precisam ser acompanhados bem de perto por geriatras e nutricionistas”.
Soluções - O segredo de cardápios propostos por profissionais gabaritados é que eles trazem combinações de alimentos capazes de facilitar a absorção de alguns nutrientes. Por exemplo, de nada adianta fazer uma lasanha vegetariana e cobri-la com molho branco. Isso porque o cálcio – presente no leite e, portanto, no molho branco – atrapalha a absorção do ferro. O correto seria: “Combinar alimentos que contêm ferro com outros com grande quantidade de vitamina C, que potencializa a absorção”, diz Trindade.
Outra dificuldade está na vitamina B12. Produzida por bactérias, ela está presente principalmente nos alimentos de origem animal – já que os animais se alimentaram delas ou as abrigam no intestino. Normalmente, no caso de vegetarianos estritos, essa vitamina precisa ser suplementada.
Como substituir a carne? Alimentos de origem não animal que fornecem os nutrientes adequados
Os especialistas atentam ainda para um cuidado especial: os novos vegetarianos tendem a comer carboidratos em excesso. Sem as carnes, sobram as batatas-fritas, pizzas, arroz e muito queijo. “Ao contrário do que as pessoas imaginam, se houver um consumo exagerado de queijos e ovos, o vegetariano pode até ganhar peso”, afirma o endocrinologista Luciano Giacaglia, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Winckler lembra que a alimentação para uma pessoa vegetariana pode ser bastante saborosa e variada. “Vegetariano não come só salada e não é difícil encontrar alimentos”, diz. “Para alguns pode ser difícil no começo, mas aos poucos você sente a diferença de uma alimentação saudável”, complementa.
Tipos de vegetarianismo - Variações da dieta que exclui carne
Ovolactovegetarianismo: composta de alimentos de origem vegetal, ovos, leite e derivados. As carnes são totalmente excluídas.
Lactovegetarianismo: composta por alimentos de origem vegetal, leite e derivados. Todos os tipos de carne e também ovos são proibidos. A dieta é popular na Índia
Ovovegetarianismo: composta apenas por alimentos de origem vegetal e ovos. Carne e produtos lácteos e derivados são excluídos.
Vegetarianismo estrito: composta exclusivamente de alimentos de origem vegetal. Carnes, ovos, laticínios e todos os demais produtos de origem animal são excluídos
Juliana Ruas, nutricionista clínica do Hospital Sírio Libanês.
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