Mas e as criancinhas com fome na África...
Vegetarianismo

Mas e as criancinhas com fome na África...



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Quem é vegano/protetor de animais provavelmente já ouviu críticas como "Tanta gente passando fome e você ajudando animais?" ou "Estão comemorando a lei de proibição do foie gras e casacos de pele enquanto tem problemas mais importantes para serem resolvidos?" (Leia mais aqui e aqui). Recentemente, com a mobilização das redes sociais a favor da legalização do casamento homo afetivo nos Estados Unidos, apareceram também pessoas fazendo o mesmo questionamento: "Duvido que as pessoas se mobilizariam da mesma forma para combater a fome das crianças".

Esse argumento da "criancinha africana passando fome" é uma falácia usada apenas com o objetivo de desmoralizar outros movimentos.

Todo mundo faz e gasta dinheiro com diversas coisas "fúteis" como ir em jogo de futebol, sair pra beber no bar, comprar iphone, carro do ano, churrasco no final de semana... a lista de futilidades não tem fim. Mas nunca vemos alguém dizendo "Tanta criança passando fome e você aí vendo jogo do Brasil" ou "Você aí na praia enquanto as crianças na África passam fome..."

No entanto, basta falarmos de algum problema social, como machismo, homofobia, crueldade com animais, etc, que logo vem alguém se achando o Sherlock Holmes da incoerência ideológica dizendo "mas e as crianças da África?". O único objetivo desse argumento é dar um ar de futilidade às demais causas, desmerecê-las. Quem fala isso não está propondo uma mobilização visando elaborar projetos para acabar com a fome no mundo. Na verdade, provavelmente essa pessoa sequer ajudou alguém, seja mulher, negro, homossexual, animal não-humano, criança, idoso... O objetivo desse argumento não é, em hipótese alguma, levantar a questão da fome no mundo. O objetivo é ridicularizar qualquer outra demanda social.

Esse argumento é uma falácia porque parte do princípio que existe uma hierarquia de importância entre as causas e que só podemos nos preocupar com um assunto quando o outro, mais importante, já tiver sido resolvido. Isso é falso. Todos os problemas são importantes (principalmente do ponto de vista da vítima da injustiça) e podemos resolver todos os problemas simultaneamente. É possível se opôr ao machismo, contra a homofobia, contra a objetificação dos animais... tudo ao mesmo tempo! Não precisamos fazer uma coisa de cada vez.

O que é mais importante? Acabar com a fome, com a homofobia, com o racismo, com o machismo, com a escravização dos animais, com o aquecimento global? Tudo é importante. E é importante que tratemos de todos esses assuntos simultaneamente, afinal não basta salvar uma criança da morte por inanição. É necessário que essa criança salva, quando crescer, não se torne uma machista homofóbica racista que participe da tortura de animais. De que adianta salvar uma pessoa para depois ela se tornar, por exemplo, intolerante extremista que diz que homossexuais vão sofrer no fogo do inferno, trata animais como lixo e mantém mulheres como servas? Não basta salvarmos crianças da fome, é necessário que esses crianças não se tornem opressoras. É por isso que essas demandas sociais são tão importantes.

Além disso, podemos participar mais ativamente da solução de alguns problemas do que de outros. Exemplo: nossa sociedade em geral é propagadora do machismo. As mulheres são tratadas de forma inferior e diferenciada em relação aos homens. Se nós deixarmos de tratá-las assim e educarmos outros para que não o façam, estamos ativamente participando da solução do problema. O mesmo se aplica à homofobia e à crueldade com os animais. Quem propaga ou não a homofobia somos nós, logo mudar a situação está nas nossas mãos. Quem come um presunto, por exemplo, participa ativamente da desgraça dos animais. É só parar de comer que a situação começa a mudar. O poder da mudança está nas nossas mãos.

Já em relação à fome na África, o que eu faço ativamente que causa o problema? O que eu posso fazer para resolvê-lo? Nós não somos os causadores diretos desse problema, logo a solução dele não passa diretamente pelas nossas mãos. É um problema beeem mais complexo do que extinguir a homofobia, por exemplo. E o principal: não é diretamente causado por mim e a solução dele não está diretamente nas minhas mãos. Por isso, quem diz "você está aí lutando contra a homofobia, mas em relação as crianças famintas você não faz nada, né?" está usando uma falsa analogia.


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